quarta-feira, 4 de maio de 2016

Festival “ Vamos Fazer Poesia”, homenageia grande norte taquaritinguense.


   No último dia 23 de abril, Serra Talhada recebeu  quase 50 poetas (dos 71 inscritos) vindos dos Estados de Pernambuco, Paraíba,  Ceará e Rio Grande do Norte.
Na ocasião, foi homenageado um dos maiores ícones do Repente, o poeta João Batista Bernardo conhecido carinhosamente por João Furiba, que aos 95 anos de idade é a maior lenda viva da poesia nordestina popular.
     João Furiba nasceu em Taquaritinga do Norte, e ainda muito jovem mudou-se com a família para o estado da Paraíba. No entanto, onde o poeta está presente o nome de Taquaritinga do Norte é mencionado, pois ele sempre fez questão de revelar sua naturalidade.
João Furiba Recebendo Homenagem
     Dentre os poetas que se apresentaram, estava presente o também norte taquaritinguense Roberto Celestino, que se apresentou no festival declamando suas poesias, que assim como as dos demais poetas, foram publicadas em uma coletânea que leva o nome do Festival.
Coletânea de Poesias

               
    
“Foi emocionante conversar com Furiba, pois no momento em que revelei que era de Taquaritinga do Norte, ele derramou-se em lágrimas”.(Roberto Celestino)

     Com voz baixa e muita emoção, ele muito agradecia por estar alguém de sua terra natal prestigiando aquele momento e mandou um abraço a todos os conterrâneos.
João Furiba e Roberto Celestino
     Foi um momento ímpar está diante do homem que levou e leva o nome de nossa cidade Brasil afora.
     
Parabéns João Furiba! Homenagem mais que merecida.



Roberto Celestino com Iranildo Marques,
o organizador do evento
Participação de Roberto Celestino no Festival, glosando os motes propostos:

  Eu vivia sorrindo pela vida
                                  Tudo em volta me dava alegria
Não pensava findar-se tudo um dia
Mas findou-se com uma despedida.
Foi no dia que vi minha querida
Indo embora de modo indiferente
O meu peito até hoje ainda sente
Essa dor que os sentidos arrebata.
A saudade não mata, mas maltrata
Coração de quem ama e vive ausente.

 Com um pé de marmeleiro
Com flor de mandacaru
Com rolinha e lambu
Na bebida do barreiro.
As galinhas no terreiro
Misturadas com menino
Um cachorro bem franzino
Pavão mostrando a plumagem.
Fiz um quadro da paisagem
Do meu sertão nordestino.

A notícia sem desvio
O esporte, a cultura
Tem uma fonte segura
É o Jornal Desafio.
Esse eu reverencio
Pela sua trajetória
Que denota a vitória
Entre tantos veteranos.
Já são vinte e sete anos
Desafiando a história.

Pode até se ouvir um parecido
Mas igual é difícil de ouvir                                
Quem com ele chegou a competir
Levou pau de sair todo doído.
Era Pinto um poeta destemido
De resposta ligeira e pontual
Era rei de qualquer um festival
Só os bons o peitavam frente a frente.
No reinado dos mestres do repente
Pinto foi majestade sem igual.