sábado, 6 de junho de 2015

Toque de recolher para os artistas.




Olhe aí governador
Preste muita atenção,
Olhe para seu estado
Veja quanta indignação,
Que o senhor provocou
Com a lei que aprovou
Dando à arte restrição.

Falo da Lei quinze mil
Quinhentos e dezesseis,
Do autor Ricardo Costa
Que agiu com altivez.
Me desculpe deputado
Mas não vou ficar calado
Com tamanha estupidez.

Diga-me qual é o mal
Que um artista oferece,
Ao se'apresentar na rua
Quando o dia amanhece,
Eles levam vida dura
Numa luta pró-cultura
Que o ilustre desconhece.

Quem se apresenta nas ruas
Logo cedo tá acordado,
Pois pra dormir até tarde
Tem que virar deputado.
Artista tem que ralar
Precisa se apresentar
Pra ganhar o seu trocado.

Mas não é só por dinheiro
Que o artista se apresenta,
Luta pra fazer cultura
Já que o estado se ausenta.
Na rua e em qualquer parte
Ele mostra a sua arte
E’a cultura ele fomenta.

Seu doutor Ricardo Costa
Tenho muita alegria,
Quando vejo uma criança
Declamando poesia.
Pois isso nos assegura
Que o futuro da cultura
Tem ali a garantia.

Faça leis pra melhorar
No estado a segurança,
Por aqui a violência
Alto índice alcança.
Homicídios e assaltos
Crescem cada dia aos saltos
E em todo estado avança.

Se preocupe em tirar
Dessas ruas os drogados,
Os mendigos que estão
Pela rua amontoados.
Dê qualidade de vida
A essas vidas esquecidas
Pelo poder do estado.

Se importa com criança?
Vá visitar um lixão,
Lá tem muitas pra ajudar,
Com saúde, educação,
E sem terem o que comer
Lá o senhor irá ver
Quem precisa de atenção.

Essa lei é imoral
O’aconselho a rever,
Se só sabe fazer merda
É melhor nada fazer.
Acabou-se a ditadura
Não restrinja a cultura
Já que não quer promover. 

Roberto Celestino
Cordelista